Cidades
Obra do Açude do Goití em andamento com recursos próprios; R$9 milhões de emendas desapareceram?
Após cinco anos e mais de R$9 milhões investidos, obra emblemática exige transparência em suas despesas e ação do Ministério Público
Há cinco anos, os moradores de Palmeira dos Índios foram apresentados a um ambicioso projeto de revitalização do Açude do Goiti, sua área circundante e da Praça Moreno Brandão. O projeto, que prometia transformar o local novamente em um cartão postal da cidade, parece ter se perdido no tempo e no espaço.
Inicialmente orçado em quase R$4 milhões, o projeto teve adicional de R$5 milhões, totalizando R$9 milhões em fundos, majoritariamente provenientes de emendas parlamentares do deputado Marx Beltrão. Entretanto, as obras não avançaram conforme planejado.
Apesar do montante considerável, a execução ficou restrita à construção de um pátio de tijolos de cimento nos fundos do açude e de duas calçadas laterais. Notavelmente, a calçada que circundaria todo o lago e completaria o entorno não foi construída, desviando-se do projeto inicialmente aprovado.
O mais preocupante é o estado do açude: uma vez um cenário deslumbrante, agora oculto sob as águas que cobrem um matagal não removido, com vegetação em algumas áreas ultrapassando 2 metros de altura. A falta de limpeza não só compromete a estética e a funcionalidade do espaço, mas também sugere uma tentativa de ocultar a inércia das obras.
Recentemente, a prefeitura afirmou que os trabalhos em andamento estão sendo financiados com recursos próprios, levantando questionamentos sobre o destino dos R$9 milhões anteriormente alocados. Foram esses recursos empregados apenas nas calçadas e no calçadão dos fundos? E a limpeza prometida do açude e a concretização do projeto original?
A situação desperta a atenção não só dos moradores mas também de observadores externos, que clamam por uma atuação enérgica do Ministério Público. A comunidade local exige explicações convincentes e transparentes sobre o destino dos recursos e o futuro do projeto.
O caso do Açude do Goití se destaca não apenas pelo seu impacto direto na paisagem e no patrimônio de Palmeira dos Índios, mas como um símbolo dos desafios enfrentados na gestão de projetos públicos. A população, ansiosa por respostas e pela revitalização prometida, espera que a verdade venha à tona e que a justiça prevaleça, restaurando não só o espaço, mas a confiança na gestão pública.
A grande promessa de revitalização ainda aguarda conclusão, enquanto a comunidade questiona o uso dos recursos e a gestão do projeto
Em 2019, o prefeito imperador anunciava que "enquanto o Brasil enfrentava uma crise sem precedentes, a cidade de Palmeira dos Índios recebia uma notícia alentadora". Ele anunciava o início de uma obra significativa: a revitalização e urbanização do entorno do Açude do Goití e da Praça Moreno Brandão, conhecida como Praça da Índia. O projeto não só prometia transformar um espaço negligenciado há mais de 30 anos, mas também revitalizar o coração da cidade, transformando-o em um novo centro de lazer para as famílias locais.
A empresa Lucena, encarregada da obra, tinha um prazo de 12 meses para completar o projeto, que contava com um financiamento inicial de quase R$ 4 milhões, provenientes de uma emenda parlamentar do deputado federal Marx Beltrão. O prefeito destacava que, apesar dos transtornos temporários previstos durante a construção, o resultado final traria um benefício duradouro para a cidade, incluindo a criação de 50 empregos, com um compromisso de contratação local para impulsionar a economia da região.
Contudo, passados mais de 5 anos, a obra que prometia embelezar e dinamizar Palmeira dos Índios ainda está incompleta. As expectativas geradas não se concretizaram, e as calçadas parcialmente construídas e o matagal encoberto pelas águas do açude são um lembrete diário do progresso que nunca chegou. A comunidade local, que observou o lento andamento dos trabalhos e a aparente evaporação dos recursos financeiros, agora exige respostas.
Perguntas persistem sobre onde o dinheiro foi parar e por que a obra, crucial para o desenvolvimento urbano e social da cidade, foi negligenciada. A falta de conclusão do projeto não apenas frustra os moradores, mas também levanta preocupações sérias sobre a gestão e a transparência das autoridades locais.
Os residentes de Palmeira dos Índios continuam à espera de uma conclusão que transforme o espaço degradado em um local de orgulho e beleza. Enquanto isso, a pressão aumenta sobre o governo local para que retome a obra, conclua o projeto conforme planejado e preste contas sobre o uso dos recursos que foram destinados a revitalizar o coração da cidade.
A comunidade espera que este caso sirva como um chamado à ação para o prefeito e para todas as partes envolvidas na gestão dos recursos públicos, reiterando a necessidade de responsabilidade e compromisso com o bem-estar dos cidadãos. A finalização da obra do Açude do Goití não é apenas uma questão de estética e lazer, mas também de justiça e integridade na gestão pública.
Mais lidas
-
1JUSTIÇA
Promotoria solicita perícia em hospital adquirido pela Prefeitura de Maceió para investigar supostas irregularidades
-
2INDÍGENAS CELEBRAM
Mais de 7 mil hectares de terras serão demarcadas em Palmeira dos Índios
-
3PREVISÃO DO TEMPO
Quase todo o Estado de Alagoas tem alerta de chuvas intensas até sexta-feira
-
4REDES SOCIAIS
Saiba quem é Camila Pudim, brasileira que viralizou com vídeo inspirado em 'trend' indiana
-
5VARIEDADES
Fenômeno teen, Maria Marçal sobe faixa inédita